Numa dessas noites frias de São Paulo, mais de 50 pessoas ligadas à comunicação alternativa discutiam o que fazer com a hegemonia da Rede Globo. As reuniões tem contado com o lendário Oswaldo Bitencourt, um intelectual de esquerda que escreveu nos anos 80 um livro que serve de guia para muitos da area de comunicação: "A hegemonia dos Marinhos contra os povos do 3º mundo". De lá pra cá muita coisa mudou. Com a chegada da internet, convergência na comunicação, TV's a cabo e outras comunicabilidades, o exército anti-globo aumentou e o velho Oswaldo já não é o "Brancaleone".
As discussões são bem exautadas. Contra o conteúdo, contra a publicidade, contra a hegemonia global e o seu padrão televisivo. A favor dos sem antenas, a favor dos sem mídias (incluindo blogs e fotologs e etc).
Como sempre, ao final das reuniões, o velho Oswaldo se despede do pessoal com sua sacola de feira cheia de livros, pega um táxi e vai direto para a sua residência. Senta no sofá, tira os sapatos e liga a TV.
Sua filha sempre resmunga:
- Pai, já tá tarde, o senhor não acha que é melhor ir pra cama?
Ele responde sem tirar os olhos da telinha.
- Só depois do jornal da Globo!
A quem diga que ele sempre espera o começo do "Jô".
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