1.2.09

Starbucks - A vontade de ser gringo!

Ele é um garoto "globalizado". Antenado com o que tem de melhor no mundo. Mas isso não é de agora. Quando menino adorava músicas estrangeiras, principalmente provenientes da terra do tio Sam. Não entendia uma palavra, mas sempre retrucava: Não ligo pra letra. É o som!

Aos poucos foi gostando de fastfood. MC Donalds, KFC, Arbs... e reclamava: Porque será que não existe o Burger King no Brasil? Bem, isso já foi resolvido com algumas lojas em shoppings (olha aí, mais uma palavrinha estrangeira!)

Na adolescência, passsou a se vestir conforme os filmes adolescentes de Hollywood. Calças mostrando a cueca, camisetas de banda altenativas, tênis, piercing e tatuagens.

Algumas palavras começaram a ter importância no seu linguajar como "brother", para se relacionar com os amigos; "me dá um help", quando tinha algum problema no trabalho; "God!", quando algo dava errado e o pior de todos: "isto é Style"...

Ele, cada vez mais "globalizado", fez um curso básico de inglês para entender de fato as músicas americanas e inglesas.

Tudo isso é tolerável. Eu mesmo passei pelas mesmas coisas. Só não fiz curso de inglês porque não tinha grana. E não coloquei piercing porque sou de uma geração que trangredir era colocar um brinco de argola na orelha esquerda. Mas o tênis All Star, calça bag, De volta para o Futuro e ET, Smiths e The Cure giravam pelo meu mundo. Mas, isso jáz 20 anos.

Mas o que eu acho mais descabido nessa nova onda americanizada é profanar o nosso bom e velho pretinho - o Café.

O Café já elegeu presidentes. Já foi a principal economia do país verde e amarelo. Café é tão forte que refeições matinais e vespertinas ganharam seu nome - Café da manhã; Café da tarde.

O menino, do qual falo, não acreditou que a Rede Starbucks - tão badalada nos seriados e filmes americanos chegara ao Brasil. Ele, agora, poderia apreciar o cafezinho do tio Sam.

Logo que se instalou na Alameda Santos, próxima a FNAC da Paulista, ele entrou para conferir. Estava cheio. Primeiro ele olhou aquele cardápio na parede e não entendeu lhufas dos nomes e tipos de café: Mocha Fraputinno, Caramel Macchiato, Brewed Coffe - ave-maria! que diabo é isso pensou!.

Arriscou e pediu logo uma coisa diferente mesmo. Já que era para experimentar. Para a atendente pediu um café com framboesa. Meio litro (veja você, um café de meio litro e de framboesa). Pagou pelo café aviltantes R$ 10,00 - mas valia a pena - pensou. Sentou na mesa. Esperou esfriar um pouco, pois estava muito, muito, quente. Puxou o café com um canudo. Teve a sensação que estava chupando um pano sujo e molhado, mas insistiu - afinal era um starbucks de 10 contos. Mais um gole - que coisa ruim - argh! Levantou, saiu e na primeira lixeira depositou o copo cheio.

Caminhou pela Paulista até o Bristol. Indignado pensou "putz, sou brasileiro". Comprou um ingresso para o cinema e percebeu que ainda teria alguns minutos. Desceu, passou pela Starbucks que abriu na galeria, olhou as pessoas sem entender o que elas faziam ali, tomando aquele café horrível. Louco para tomar um café ele não titubeou. Entrou na loja do Café do Ponto e se deliciou com o café e, na verdade, com o Brasil.

Um comentário:

Meinberg disse...

Gosto de novidades, mesmo as que vêm da matriz... Já passei da fase da admiração incondicional por qualquer coisa originada dos "states" (infância) e da fase rebelde radicalmente anti-tudo-que-venha-dos-EUA (adolescência).

Sendo assim, fui feliz e contente ao Starbucks e tomei um "mocha", "java" ou sei-lá-o-que com gosto terroso. Isso mesmo, a atendente disse que o sabor que eu escolhera era terroso. Bebi e concluí que não se tratava de propaganda enganosa (eu é que fui burro de insistir...)
Depois disso achei melhor nunca mais pisar naquele lugar.

P.S.: Foi exatamente na filial da Alameda Santos...