30.11.10

Que domingo feliz! E vieram tantos outros!



Lembro como se fosse hoje, meu pai e meus tios jogando tranca na mesa da cozinha. Minha mãe assando um bolo de laranja e eu numa banqueta escutando o jogo naquele domingo de agosto de 1982.
Era um jogo difícil. José Silvério narrava com aquela voz inconfundível. A rivalidade entre Corinthians e Palmeiras era apenas uma rivalidade, sem violência, sem brigas, sem mortes... Você podia sentar em qualquer lugar no estádio que nada acontecia. Não tinha divisão de torcidas.
Naquele dia em casa, eu com a minha camiseta preta e branca, ia passando informações do jogo para o meu pai.
Quando o Casão marcou o quarto gol, o segundo dele na partida, meu pai comentou que era repetição. Eu na hora retruquei...
-Não pode ser, eu ouvi falar em Ataliba, é o quarto, é o quarto! No terceiro gol o Ataliba não participou!
Mas meu pai nem deu confiança para um moleque de 9 anos de idade.
O que aconteceu, entre o 3º e o 4º gol, é que o Timão demorou apenas 1 minuto e meio para voltar a estufar a rede. Nem deu tempo para a reprise, pois, naquele tempo, primeiro vinham os comentários de Vanderlei Nogueira e Orlando Duarte. E olha é que o Casão marcou mais um, depois dos 40 minutos. Resultado final: 5x1 pra "nóis".
Naquele ano o Timão ergueu a taça de campeão paulista. Casagrande foi artilheiro e ele ainda era um garoto.
Em anos de chumbo, o time jogava pela democracia corintiana, "vírgula - como diz Avalone", na verdade o time jogava pela democracia brasileira!

PS. O bolo de laranja estava delicioso!

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