26.11.10
100 anos de Noel contra o "Politicamente Correto"
Ter bom senso! Esta é a frase certa para o pessoal que vem revirando livros, romances, histórias, músicas, compositores, filmes, que num período da "História" abordaram temas politicamente não corretos.
Uma vez, uma amiga minha disse que Noel Rosa deveria ser proíbido de tocar, de relança-lo em CD, pois, segunda ela: - Ele era machista, fazia apologia a violência da mulher!, reclamava minha amiga.
Essa história do policamente correto ignora o processo histórico, nos remetendo, exclusivamente, aos dias atuais. Claro que nenhum compositor, hoje em dia, vai fazer:
"O maior castigo que eu te dou
é não te bater, pois sei que gosta de apanhar" e assim vai.
Mas Noel não era só isso, alias, quase nunca era assim.
"Joguei meu cigarro no chão e pisei,
sem mais nenhum, aquele mesmo apanhei e fumei.
Através da fumaça neguei minha raça
chorando a repetir
-Ela é o veneno que eu escolhi para morrer sem sentir."
Ele era um poeta do cotidiano, cantava o Rio do asfalto e do morro, conviveu com os malandros e prostitutas, com sambistas e magnatas. Noel cantava o Brasil do começo do século XX.
Hoje o politicamente correto quer marginalizar um período. Como é possível?
O livro "As caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, terá notas de advertência (isso eu deixo para um outro post).
Pra finalizar lembro de uma conversava entre uma amiga minha gaucha com um amigo meu baiano e negro.
Ela disse: Você vai nesse aniversário, parece que só tem frutinha... Xi! desculpa, foi mal. Olha o meu preconceito.
Ele respondeu: Ué! Não pode mais falar nada, não pode mais piada, eu sou negão e não ligo das piadas de negão... Essa coisa do politicamente correto tá deixando o mundo muito chato!
Será que o politicamente correto não está jogando alto demais...
"Cinco mil réis,
duzentos mil réis,
um conto de réis!
Ninguém dá mais de um conto de réis?"
Salve Noel!
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