25.1.11

Um dia feliz - Homenagem ao meu pai!

As vezes tenho a sensação de estar vivendo aquela tarde de sábado, de sol ameno, em que meu pai me disse:
- Hoje vamos ver o Curingão!
Isso era 26 de abril de 1980. Eu na pele de um garoto de 7 anos veria pela primeira vez o Corinthians no estádio. Lembro da emoção. Fiquei eufórico. Mas tinha um problema, meu pai só me levaria se meus tios fossem também. Segundo ele era muito perigoso, precisava de mais gente...
Na hora do almoço a confirmação e eu imediatamente vesti a minha camisa preta e branca com o símbolo enorme.
O jogo era contra o Vitória (BA), pelo Campeonato Brasileiro, no Morumbi.
Segurando a mão de meu pai, lembro que percorremos o entorno do estádio, parecia que todo mundo era torcedor do Timão, vendedores de chapéus, de faixas, de camisetas. Meu pai comprou para mim uma bandeira com a estampa de um mosqueteiro... Era uma grande festa alvinegra!
Ao entrar no Estádio vi pela primeira vez o gramado verde, um tapete, que desfilariam os mosqueteiros corinthianos.
Um tio falou:
- Vai ser barbada. Pode apostar que será Corinthians 5 e Vitória 1.
...
Quase.
...
Na minha memória nada foi mais bonito do que os momentos vividos naquela tarde.
Com bandeiras e rojões, naquele tempo podia e embelezava o espetáculo, vi o Curingão meter 5 gols no Vitória que ignorou solenemente o meu tio e não fez o gol de honra.
Já nos minutos finais, vi o goleiro Jairo ser substituído por Solito aos berros da torcida saudando o arqueiro e eu gritando junto como se todos pudessem ouvir a minha voz:
- Jairão! Jairão!
Quando o juiz apitou a minha felicidade estava completa, ainda deu tempo para comer um cachorro quente.
O Corinthians não foi bem naquele ano, mas para mim foi algo impressionante.
E toda vez que o espectro da felicidade ronda tenho a sensação de estar vivendo aquela tarde de sábado, de sol ameno, em que meu pai me disse:
- Hoje vamos ver o Curingão!

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