No dia 23 de dezembro, Pedrão se preparava para passar a virada de ano na Bahia. Iria realizar dois sonhos. Apresentar a filha aos sogros, que ainda não a conheciam, e curtir quinze dias de férias em Salvador, pois há 7 anos ele não sabia o que era descançar ao lado da família.
Mas Pedrão, que só viaja de ônibus, achou que poderia chegar 30 minutos antes do embarque. O voo estava marcado para às 13h.
- Vamos chegar 12h30, porque com meia hora de antecedência a gente toma um café reforçado e embarca. Disse Pedrão para a esposa.
Com o trânsito pesado ele tranquilizou a mulher:
- Nós vamos chegar encima da hora, tem lanche no avião, fique tranquila!
Pedrão, esposa e filha chegaram para embarcar, mas foram barrados.
- O voo já está em decolagem! Disse um funcionário.
Pedrão reclamou, esbravejou, indignou-se.
- Como é isso, o avião sair antes. Na rodoviária sempre tem uns 5 minutos de tolerância. Anda são 12h55.
Mas o funcionário explicou que em aeroportos se deve chegar com 1 hora de antecedencia para voos nacionais e 2 horas para internacionais.
A esposa chorava segurando a pequena e com raiva do marido.
Aturdido, ele pegou as malas. A família voltou à zona sul de São Paulo.
Mas nem tudo estava perdido. Pedrão e seus 3 cunhados resolveram ir de carro para a Bahia no dia 27 de dezembro. Já que furou o Natal, o ano novo seria a desforra.
No dia 27, quatro carros, em comboio, trafegavam na Marginal Pinheiros. Porém, o carro de Pedrão entrou em pane e parou. Seus cunhados só perceberam quando já estavam na Marginal Tietê. Os três pararam em fila no recuo para esperar Pedrão. Mas antes de ligar o celular, duas Pick-ups emparelharam ao lado e....
- É um assalto passa rápido! Passa tudo.
Os cunhados de Pedrão tiveram que dar as malas, relógios, celulares, dinheiros. As mulheres e crianças choravam. Uma calamidade. Enquanto Pedrão, com o carro quebrado, esperava o guincho.
A viagem para a Bahia foi adianda para o ano próximo ano. E todos eles foram para a Praia Grande.
E ainda existe aquela boa alma que pensa como a esposa de Pedrão.
- Isso era um presságio! Ainda bem que nós não fomos à Bahia, nego!
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